jornalismo, cultura e a opinião que ninguém pediu

29.8.07

NUNCA CONFIE NUM PUXA-SACO



No vídeo acima, o Ceará do Pânico na TV liga para funcionários do SBT identificando-se como Silvio Santos, o patrão. Tem de tudo: gente que borra as calças, fala mal do chefe, queima os apresentadores, pede uma nova chance, se oferece pra lavar o carro do patrão.

O Brasil é um campo fértil para baba-ovo. Tem a história do dia em que as novas placas de trânsito, com três letras foram lançadas no Brasil. As placas de Brasília começariam com a letra J. Alguém teve a idéia de homenagear Juscelino Kubistchek de Oliveira, o fundador da cidade, com a placa JKO 0001.

Mas a primeira placa liberada pelo Detran foi JDR 0001. Semanas depois, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, um deputado subiu à tribuna para explicar que a placa era uma reverência ao "maior nome da cidade", Joaquim Domingos Roriz, aquele que dividiu uma bolada de 2,2 milhões de reais no BrB, entre outros rolos.

Ao ouvir isso, o deputado Miquéias Paz pediu a palavra:

- Eu quero só saber quem foi o puxa-saco que teve essa idéia de jerico!

Dia 13 de setembro é dia nacional do puxa-saco.

28.8.07

ENTREVISTA COM MAQUIAVEL, POR MINO CARTA



Mino: O que o sr. acha do livro "A Cabeça do Brasileiro", citado largamente pela mídia nativa e apreciado pelos privilegiados? Segundo a obra, que resulta de uma pesquisa, a elite brasileira é “o farol da modernidade”, enquanto a plebe rude e ignara é o lado negro do País.

Maquiavel: Não se fala em outra coisa em Florença. É isso mesmo, porque o livro cria um contraste muito interessante em relação ao Príncipe e prova que o povo brasileiro entra neste enredo como um campo fértil, semeado à larga com a vocação do poder.

Mino: Como assim?

Maquiavel: A se considerar os resultados da pesquisa, verifica-se, sem sombra de dúvida, que os cidadãos de baixa extração social, sobretudo negros e pardos, reúnem as qualidades do líder, do verdadeiro príncipe, conforme o descrevo em minha obra.

Mino: E a elite?

Maquiavel: Não, a elite é, deste ponto de vista, um desastre. Muito insegura, cordata, amarrada a injunções éticas que o chefe não pode permitir-se. Repare como respondem à pergunta ‘se alguém é eleito para um cargo público, deve usá-lo em benefício próprio?’ Quarenta por cento dos analfabetos respondem sim e somente 3% de nível superior.

Mino: Mas o príncipe impõe e conserva seu poder sem perder vista o bem geral...

Maquiavel: Você não entendeu direito, o príncipe vale-se do poder para sujeitar o povo às suas vontades. Olha, a pesquisa deste senhor Almeida estarrece os sábios de todo o mundo, mostra que o Brasil é, ao seu modo, um país único, a terra prometida dos gênios da política.

Nicolau Maquiavel nasceu há 638 anos em Florença, na Itália. Pensador renascentista, inaugurou a ciência política moderna com o livro "O Príncipe", em que dá conselhos sobre como governar um povo. É dele a frase: "os fins justificam os meios".

O livro "A Cabeça do Brasileiro" é uma pesquisa do sociólogo Alberto Carlos Almeida, que compara a opinião dos analfabetos (17% da população) com a dos brasileiros que têm curso superior (3,4% da população). Segundo reportagem da revista Veja, é a prova cabal que o a "elite nacional é o farol da modernidade".

12.8.07

GEORGE W. BUSH, POR FHC



Tenho horror ao Bush, horror pessoal. Ele se gabou de que seria conhecido como o maior poluidor do planeta:

- Vou abrir o Alasca para o petróleo. Podem reclamar, mas o mundo precisa que os Estados Unidos sejam fortes.

O incrível é que ainda assim consegue ser um homem simpático, desses que dão soquinho no ombro da gente. Mas não sabe nada. Uma hora, falei da nossa diversidade racial, os espanhóis, portugueses, japoneses... Ele perguntou:

- E vocês têm negros no Brasil?

A Condoleeza Rice deu um pulo:

- Senhor presidente, o Brasil tem a maior população de negros fora da África!

Ele não sabe nada.

FHC, o presidente que sabia javanês, deu essa declação à revista Piauí.

11.8.07

MICHAEL MOORE, O COMUNISTA DA SAÚDE



Qualquer dia desses estréia no Brasil "Sicko", novo filme do cineasta gordinho-de-boné Michael Moore. É um documentário sobre o sistema de saúde estadunidense. Lá, não há saúde pública, só particular. E mesmo quem paga, não leva. O filme mostra um casal de idosos que trabalhou a vida toda e pagou plano de saúde. O marido teve três infartos e sua mulher teve câncer. Isso custa muito dinheiro, mais do que o plano de saúde cobre. Por isso, eles tiveram de se mudar para a garagem de sua filha mais velha. Perderam tudo.

Uma analista de um plano de saúde chamado "Humana" conta que ganhava bônus toda vez que conseguia recusar um tratamento médico. Lá, os planos de saúde têm detetives cujo serviço é descobrir alguma coisa no passado das pessoas que possa desaboná-las quando requisitarem algum remédio ou uma operação. "É como se você investigasse um caso de homicídio", conta um desses arapongas da saúde. Se você está internado em um hospital, e seu dinheiro acaba, eles te botam num táxi, de pijama, e mandam largá-lo no abrigo de mendigos mais próximo. Está tudo no filme. É tudo verdade.

Nem mesmo os voluntários que trabalharam cavando os escombros do World Trade Center merecem saúde de graça. A maioria sofre de sérias doenças respiratórias, por trabalharem meses a fio buscando corpos humanos em meio aos restos de metal, concreto, borracha e plástico. Mas o governo de Nova Iorque recusou-se a pagá-los porque eram voluntários, não estavam cobertos pelo plano de saúde do serviço público. Michael Moore levou alguns deles a Cuba, onde se pode comprar, em qualquer farmácia, a 9 centavos de dólar um remédio que nos USA custa 120 dólares.

- Isso é um insulto. Como pode um remédio que custa 120 dólares lá custar 9 centavos aqui? - pergunta uma bombeira com infecção pulmonar, às lágrimas.



Moore também foi à França e à Inglaterra. Na Europa, o governo não só oferece qualquer tratamento médico de graça a qualquer um, como também cobre as despesas de tranporte, e até mesmo paga uma babá para mulheres que acabaram de ter um bebê! Por causa de revelações como essas, esse tem sido considerado o melhor filme de MM. Ele explica por quê:

- Eu fiz um filme sobre a General Motors, e as pessoas perguntavam como eu poderia atacar a GM, "eles não podem fazer mal algum". Eu fiz "Tiros em Columbine" tentando alertar para o acesso fácil às armas e tiroteios em escolas, e fui acusado de explorar uma tragédia; e em "Fahrenheit 11/9" eu sugeri que talvez tenhamos ido à guerra por razões falsas, e na época eu ganhei muito rancor por esse filme. Então eu espero que com este filme eu possa respirar um pouco, e as pessoas não saltem sobre mim tão rápido, "talvez nós devêssemos escutá-lo desta vez". Pelas exibições que tivemos até agora, posso dizer que as pessoas entendem uma coisa: doenças não escolhem correntes políticas, e nós temos uma indústria muito gananciosa, e não deve haver espaço para ganância quando se trata de da saúde das pessoas, isso tem que acabar.

A crítica mais comum até agora já foi respondida por Moore no próprio filme: o agitador-baleia está pregando a socialização da medicina no país mais rico do mundo. Mas, se nos Estados Unidos as escolas e as bibliotecas são públicas, por que não os hospitais?

No Brasil, ao contrário de todos os países apresentados no filme, saúde pública e privada coexistem. A Constituição assegura a todos saúde integral e gratuita. Mas as filas e as más instalações dos hospitais públicos empurram a "classe média" para os planos de saúde. Que também têm suas regras. No Brasil, e só no Brasil, existe o fenômeno dos "fura-fila" da saúde.

Funciona assim: você está com uma doença séria, e seu plano de saúde não cobre todos os tratamentos. Você vai à Justiça e pede que o governo resolva essa situação. O governo resolve, como manda a Carta Magna. Você recebe, de graça, todo o tratamento e remédios de que precisa, antes de quem estava na fila do SUS. Porque seu caso é de ordem judicial.

Michael Moore não conhece o Brasil. Se conhecesse, desistiria de fazer seus filmes criticando o american way of life. Adotaria como lema a frase cunhada pelo ex-governador da Bahia Octavio Mangabeira:

- Pense num absurdo. No Brasil, há um precedente.

Serviço:
o filme não tem data de estréia no Brasil, mas fique de bobeira no bar Libanu´s, na 206 Sul, que qualquer hora passa um vendedor com um DVD a 5 reais.

8.8.07

O SIRI FAZ A DANÇA DO SIRI

Quem foi o desocupado que inventou a tal "Dança do Siri", mania que pegou mais que o corte de cabelo do Ronaldo Gordo em 2002? Pode-se creditar o feito a Matt Groening, criador do Homer Simpson. Abaixo, o momento da criação: o siri Dr. Zoidberg, do desenho Futurama, faz a "dança das desculpas".



Talvez se o Pânico na TV explicasse o significado originl da dança do siri, produtores da Rede Globo não ficassem tão irritados quando os desocupados se mostram frente às câmeras.



Via Omedi.