jornalismo, cultura e a opinião que ninguém pediu

31.10.07

JULIETTE LEWIS AMA O ROCK N´ ROLL



Ela já foi estrela de Hollywood, mas gosta mesmo é do Rock n´Roll. E é uma gata. Linda. Precisa de mais ou é pra pedir em casamento hoje? Juliette Lewis e seus Licks estiveram no TIM Festival do Rio de Janeiro e roubaram a cena. Juliette pulou, gritou e se jogou no meio da galera, um legítimo "mosh pit", coisa que roqueiro nenhum no Brasil tem coragem de fazer.

No vídeo acima, ela dá um canja na TV e canta o clássico "I Love Rock n´Roll, imortalizado na voz de Joan Jett e seus Blackhearts.

26.10.07

O PCC SUMIU. MAS SÓ NA IMPRENSA.



O jornalista Paulo Henrique Amorim publicou hoje uma entrevista com a coleguinha Fátima Souza, que acaba de lançar o livro "PCC - A Facção". O livro é uma reportagem sobre a gênese do Primeiro Comando da Capital e seus métodos. São histórias apuradas ao longo de dez anos pela repórter. Na entrevista (leia aqui), Fátima Souza conta que existe uma acordo entre o Governo de São Paulo e a imprensa (Rede Globo à frente) para não chamar o PCC pelo nome:

- Uma parte da imprensa tem evitado tratar da sigla tratando ela como uma quadrilha, como se isso fosse resolver o problema. De outro lado, também interessa ao governo que o PCC não esteja diariamente na mídia. Então, muitos casos que são apresentados na imprensa, embora os bandidos que fizeram o crime sejam do PCC, nem sempre isso tem sido divulgado, ao contrário do que acontecia antigamente.

Fátima nos lembra que ano que vem tem eleição para vereador e prefeito, e muita gente que falhou no combate ao PCC vai sair candidato. Essa tática não é nova, e já foi tratada aqui neste espaço, em duas ocasiões, ambas em maio de 2006, logo após os ataques terroristas que pararam São Paulo.

A primeira foi quando o jornalista Roberto Cabrini realizou uma entrevista com Marcola, o chefe do PCC. O bandido falou de dentro de sua cela, pelo celular. A reação do governo paulista foi imediata: negou a veracidade da entrevista e ainda ameaçou processar Cabrini por "apologia ao crime". Veja aqui.

A segunda foi quando as organizações Globo resolveram não mais chamar o PCC pelo nome. Virou "facção criminosa de São Paulo" (veja aqui). No seu livro, Fátima Souza informa que há mais de uma. Nos presídios de SP, o poder é dividido entre o PCC, o Terceiro Comando da Capital (TCC) e o Comando Brasileiro da Criminalidade (CBRC). Mas isso não é informação que o povo precise saber.

Como o comício pelas Diretas Já, na Praça da Sé, em 1984. Na reportagem da Globo, aquele amontado de gente estava ali apenas comemorando o aniversário da cidade de São Paulo. Mas não tem problema. Quando o PCC quiser aparecer na TV, é só sequestrar outro jornalista.

24.10.07

ARNALDO JABOR FALA DE TUDO E NÃO DIZ NADA



Arnaldo Jabor virá a Brasília no dia 26 proferir uma palestra chamada "Brasil 2007 - Presente e Futuro". Segundo o folheto, Jabor tratará do "tempo psicológico" do Brasil e das "principais questões em torno do movimento social e empresarial". Ou seja, vai falar do que ele quiser. Provavelmente, gastará mais da metade de sua oratória esculhambando Lula e o PT. Ou seja, chutando cachorro morto.

É um evento voltado a "empresários, administradores, advogados, economistas, publicitários, jornalistas, comunicadores, formadores de opinião, pesquisadores e estudantes". Ou seja, qualquer trouxa que se dispuser a pagar 200 reais para ouvir as mesmas merdas que Jabor fala de graça na TV e no rádio.

Segundo o promotor do evento, Kaká Guimarães, "os participantes saem do auditório com novas perspectivas e estratégias para suas empresas". Peter Drucker está se revirando no túmulo.

Só não perguntem a ele sobre o filme "Tropa de Elite":

- Ainda não sei se o filme é bom ou ruim, mas é interessantíssimo.

Glauber Rocha está se revirando no túmulo.

23.10.07

ROCK N´ROLL IS HERE TO STAY



Lembram da gatinha Juliette Lewis? Ela foi a parceira homicida de Woody Harrelson em “Assassinos por Natureza”, vítima do Robert DeNiro em “Cabo do Medo” e refém de George Clooney em “Um Drink no Inferno”. Depois de largar o Brad Pitt e a carreira de atriz, montou uma banda de rock n´roll, Juliette and the Licks. O vídeo acima é do show que eles fizeram em São Paulo, na festa da MTV. A música chama-se “Hot Kiss”.

Aliás, eles deveriam ter ganho o prêmio da noite. Não estavam concorrendo porque não eram brasileiros. Mas pode juntar CPM22, NXZero, Charlie Brown, Detonautas, Matanza, Pitty e todas essas outras bostas, bater no liquidificador e servir com uísque - não dá nem pro gasto com o rebolado da Juliette. Sem contar que ela está bem mais gata agora do que quando no cinema.

Ouça no volume máximo!

20.10.07

LUTA DE CLASSES NO BRASIL: SERÁ QUE AGORA VAI?



O Brasil está divido entre pobres e ricos. Não dá pra pensar em remediados num país onde 5% da população ganha mais de 800 reais por mês. Mas parece que os anos de Lula aumentaram a pressão. Alguns exemplos:

- João Dória Jr., Hebe Camargo e Ivete Sangalo lançaram o movimento "Cansei".

- Lobão soltou o movimento "Peidei. Mas não fui eu".

- A revista Veja afirma que a elite brasileira é o farol da modernidade.

- O farol da modernidade acha que dar 15 reais por mês pra quem ganha menos de 120 é "bolsa-esmola". Já teve dondoca afirmando que muita gente pára de trabalhar por causa disso.

- Luciano HucK teve seu Rolex de 40.000 reais roubado em um farol de São Paulo. Chamou o capitão Nascimento.

- Ferréz, o intelectual do Capão Redondo, disse que a roca foi justa: o correria levou o relógio, Huck ficou com a vida.

- Um policial paulista disse que sabia onde estava o Rolex de Luciano Huck, mas não ia buscar porque ganha 570 reais por mês.

- Capitão Nascimento, que ganhava 1.200 reais por mês, virou herói nacional porque sobe na favela e faz o serviço, bem melhor que Jack Bauer.

- A polícia é o único braço do estado que vai às favelas.

Quando da campanha eleitoral de 2006, a revista Veja, que circula mais exemplares que a The Economist, uma capa mostrava um Brasil dividido: um moderno, que trabalha, gera riquezas e paga impostos; outro arcaico, que recebe e Bolsa-Família e trabalha na informalidade. Quem viu tudo isso e achou que alguma coisa ia acontecer, ficou na mesma. No país do carnaval, essas coisas não pegam.

Delúbio Soares continua solto, Renan Calheiros não caiu, os salários de policiais continuam ridículos, o Corinthians continua com o título brasileiro de 2005, todo mundo (todo mundo mesmo!) continua fazendo caixa 2. Vamos continuar com a mesma servidão voluntária, votando em quem vai tirar os pardais de circulação, todos os idiotas que andam de Ferrari completamente bêbados serão deixados em paz, as faculdades vão continuar distribuindo diplomas a analfabetos. Esse é o Brasil. As coisas não vão mudar porque ninguém se importa. Aqui, cada um só quer saber do seu.