jornalismo, cultura e a opinião que ninguém pediu

30.4.07

OUÇA NO VOLUME MÁXIMO



Os Red Hot Chili Peppers encaram a responsa e quebram tudo nesse cover do maior guitarrista do mundo, Jimi Hendrix: FIRE!

Pra quê tanto Rock n´Roll? Veja a gatinha abaixo e vc conhecerá a resposta.

29.4.07

ATUAÇÃO DO CONAR DISPENSA A DA CENSURA

"Você não vai mais conseguir viver sem emoção". Não se você comprar o novo Fiat Palio 2008, de acordo com três propagandas que a Fiat acabou de tirar do ar. Tirou do ar seguindo recomendação do Conar, Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária. Segundo reclamação enviada e aceita pelo Conar, a propaganda estimula a direção em alta velocidade. Sabe aqueles passeios de buggy na areia em que o condutor sempre pergunta: "com emoção ou sem emoção"? Para os publicitários da Leo Burnett (agência responsável pela campanha), "adrenalina" é o motor 1.8, com 115 cavalos. Veja aqui o site do carro.

A surpresa aqui não é associar velocidade ao volante à emoção. Publicitários fazem isso, é quase vicio profissional. Muitos ainda vão fazer. A surpresa é a influência do Conar sobre a suspensão dos anúncios, dispensando ações judiciais ou decretos governamentais. O Conar é uma entidade única no Brasil, em que profissionais, agências e veículos pensam rumos e limites para o mercado publicitário. Cada vez que o Conar mostra sua força, enfraquece a necessidade de se fazer isso por meio do Estado, seja por meio de censura, seja por meio de comissões de ONGs. Se a ANJ (Associação Nacional dos Jornais), Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV) ou mesmo a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) fizessem algo parecido, talvez o governo Lula não tivesse tido a idéia de criar o Conselho Federal de Jornalismo.

Dia 3 de maio comemora-se o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Liberdade que, como todas as outras, tem que ser conquistada. Ainda mais no Brasil, onde repórteres são espancados e processados; e jornais ainda são previamente proibidos de tratar de certos assuntos por decisões judiciais.

27.4.07

ARNALDO vs. ARLINDO

Arnaldo Jabor já foi de esquerda. Da festiva, é claro. Hoje, abandonou a carreira de cineasta e vive de comentar a política brasileira nas organizações Globo. Agora provocou a ira do presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia. Esse está com as garras de fora. Conseguiu seu cargo embalado pela promessa que ia reajustar o salário das nossas excelências em 90%. E está de olho na "imagem" da casa. Arlindo quer contratar uma advocacia-geral da Cãmara (para defendê-la não se sabe de quem), mandou a sala de imprensa para um prédio anexo bem longe do plenário e agora quer processar Arnaldo pelos seus comentários. Frases de seu discurso no plenário:

- Os ataques chegaram ao limite do inadmissível. E como é inadmissível, vamos, em nome da casa, processar o jornalista Arnaldo Jabor.

- Não queremos compaixão com o erro, mas queremos respeito à democracia.


O que fez Arlindo chegar ao limite do inadmissível foram essas frases proferidas por Arnaldo, na rádio CBN:

- Quando é que vão prender esses canalhas? Ah, eu esqueci. Eles têm imunidade, têm foro privilegiado. É isso, aí, amigos otários como eu.

Arnaldo comentava como os "canalhas" gastaram 1 milhão de litros de gasolina pagos pelo Erário, o que seria suficiente para dar 250 voltas no planeta Terra, em apenas dois meses.

Os "canalhas" aplaudiram de pé a iniciativa de Arlindo.

Arnaldo ainda não se pronunciou, mas sabe-se que ele anda com a língua solta mesmo. Em outro comentário na rádio CBN, retomando sua vocação de crítico de cinema, avaliou o filme "300 de Esparta":

-Uma bosta.

25.4.07

READY TO ROCK N´ROLL



O primeiro, único, verdadeiro e eterno Rei do Rock n´Roll, Elvis Presley, não morreu. Está vivo e passa bem. Veja a energia do garoto em 1956, arrasando no clássico do mestre Little Richard: Ready Teddy.

Ouça no volume máximo.

24.4.07

E OS ALOPRADOS DO PT? NADA!



O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu que não houve crime eleitoral na tentativa de compra do dossiê dos Vedoin. Lembra do caso? Em 16 de setembro de 2006, os aloprados Gedimar Passos e Valdebran Padilha, (ambos petistas de carteirinha), foram pilhados pela Polícia Federal com mais de 1,7 milhão de reais em dinheiro vivo. A suspeita é que eles estariam comprando um dossiê dos irmãos Vedoin sobre a participação de José Serra na compra de ambulâncias superfaturadas pelo Ministério da Saúde. Foi isso.

Uma vez presos (a foto acima mostra a prisão de Gedimar), constatou-se que carregar dinheiro não era crime. Também não era crime reunir vídeos contra o candidato José Serra. Aí o PSDB e o PFL recorreram ao TSE, dizendo que a campanha de Lula abusou do seu poder econômico e político.

Acontece que o TSE decidiu que os aloprados do PT não faziam parte da campanha de Lula, por isso uma coisa não tinha a ver com a outra. Então, ficou assim: os aloprados não tinham nada a ver com Lula, nem cometeram crime por carregar dinheiro vivo, nem por comprar o dossiê - logo, não há porquê acusá-los, logo, deixem-os em paz. O que pode parecer imoral não quer dizer que seja ilegal. Por isso os aloprados estão soltos - reunir dinheiro para comprar um vídeo não é crime.

Mas as manchetes gritam outra coisa: LULA É INOCENTADO POR DOSSIEGATE. Cuidado: Lula não foi inocentado porque não foi acusado. Houve uma representação, uma denúncia, feita pela chapa PSDB-PFL. Que foi recusada, por falta de provas. Ou seja, a oposição pediu e não levou. Cuidado com as manchetes. No final das contas, juridicamente, nada aconteceu. Nada.

23.4.07

MACONHA PARA CRIANÇAS



Saiu nos USA um livro-bomba: "It´s Just a Plant" ("É só uma planta"), livro infantil ilustrado que mostra a jornada de Jackie, uma menina de sete anos, descobrindo o mundo da maconha. Tudo começa quando Jackie pega seus pais fumando unzinho no quarto. Ela pergunta o que é, e os pais respondem: "é maconha". A partir daí, Jakie conhece um agricultor que cultiva a erva, mas não fuma. "Me deixa com sono", ele diz. Encontra-se com a malandragem local, que a ensina os codinomes do marafo: ganja, marijuana, sensimilla. Depara-se com um policial que leva todo mundo em cana, e a avisa que quem fuma, vai preso.

O livro é escrito pelo desenhista Ricardo Cortés, que defende que as crianças precisam ser informadas sobre a maconha, inclusive que ela não é para crianças, mas para adultos responsáveis. O autor usa uma epígrafe do cineasta Stanley Kubrick:

"Eu acredito que o grande erro das escolas é tentar ensinar às crianças qualquer coisa, e usando o medo como motivação. Interesse pode produzir ensinamentos numa escala em que o medo seria um traque, e o interesse, uma bomba nuclear."

Para saber mais, visite http://www.justaplant.com/

O QUE É "AFETAÇÃO"?

Segundo o Aurélio, pode ser falta de naturalidade, fingimento, falsidade, vaidade, presunção. Abaixo, um exemplo. É a resposta do jornalista Kennedy Alencar à matéria que saiu na Veja esculhambando-o por conta da confusão envolvendo Franklin Martins e Diogo Mainardi.

"Avisado por amigos, soube que a revista "Veja" dedicou uma parte generosa de sua maledicência semanal ao meu trabalho. Foram, pelo que ouvi, um editorial disfarçado de reportagem e uma coluna opinativa.

Em ambos os casos, a revista se esforça para transformar um furo jornalístico que ela mesma confirma com dias de atraso num problema para seu autor. Não sou eu que devo explicações à Justiça. Por fim, agradeço às fontes que me deram uma notícia correta e de tamanha repercussão."

Kennedy não leu a Veja, mesmo avisado por amigos. Papai Noel existe. O Brasil vai crescer 5% este ano. O Madureira vai disputar o título mundial em Tóquio. Macaco não gosta de banana. Tenha a santa paciência...

Quer ver outro exemplo? Abaixo, o repórter Britto Jr, hoje na TV Record, perde a linha e manda a entrevistada para a puta que o pariu:

AVIAÇÃO CIVIL QUER GENTE QUE CONHEÇA BRUNA SURFISTINHA, BIG BROTHER E TOM JOBIM

Quer virar Técnico em Regulação de Aviação Civil na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)? Então estude português, decore a legislação, leia o livro de Bruna Surfistinha, assista ao Big Brother e ouça Bossa Nova. É isso que cai na prova. Abaixo, a questão 59 do concurso:

59 - A garota de programa Bruna Surfistinha tornou-se um dos maiores sucessos do mercado literário brasileiro em 2005, com o livro:
(A) "A pessoa é para o que nasce";
(B) "O doce veneno do escorpião";
(C) "O céu de Suely";
(D) "No quarto de um motel";
(E) "Madame Satã".


Além dessa, tem que saber qual o "programa interativo" de maior audiência da TV brasileira e qual a música de Tom Jobim que é mais tocada no mundo. Isso na parte de "conhecimento específico". O salário pode chegar a 4.700 reais. Estude!

22.4.07

IT´S ONLY ROCK N´ ROLL...

Pedrada no Rock in Rio: os Kings of Leon e seu primeiro sucesso, Molly´s Chamber.

Ouça no volume máximo.

A LAPA É A LAPA, A BARRA É A BARRA


Mais uma colaboração de Elio Gaspari para o blog:

A prefeitura do Rio está aporrinhando a Lapa, santuário da renovação urbana do velho centro carioca.Sem maiores interferências do poder público, boêmios, garçons, cantores e biscateiros recuperaram aquele pedaço da cidade. Bebe-se em paz à sombra dos arcos porque naquelas ruas ninguém é louco de se meter com quem não conhece. A transformação do bairro, preservado pelo andar de baixo, fez surgir novos restaurantes, casas de espetáculos, clientela e alegria.Foi o suficiente para alguém achar que o povo estraga a paisagem. No último fim de semana, patrulhas higienistas baniram mesas da rua, churrasquinhos de gato, camelôs, comedores de fogo e vendedores de cerveja gelada no isopor. É a patuléia das ruas, marca do Rio desde os tempos coloniais.

A Lapa não tem vocação para Barra. Manuel Bandeira viveu nove anos na rua Moraes e Valle (aquela lingüeta encostada na igrejinha dos carmelitas). Em 1942, no dia em que se mudou de lá, começou a escrever a "Última Canção do Beco". Vale ouvi-lo: "(...) Beco das minhas tristezas. Não me envergonhei de ti! Foste rua de mulheres? Todas são filhas de Deus! Dantes foram carmelitas... E eras só de pobres quando, Pobre, vim morar aqui. Lapa-Lapa do Desterro-, Lapa que tanto pecais! Mas quando bate seis horas, Na primeira voz dos sinos, Como na voz que anunciava A conceição de Maria, Que graças angelicais!"

Em tempo: a ilustração acima é do desenhista francês Jano, e mostra o Arco do Teles, centro do Rio.

FRANKLIN MARTINS vs. DIOGO MAINARDI vs. KENNEDY ALENCAR vs. REINALDO AZEVEDO

Todo esse pessoal é jornalista. E está envolvido numa briga feia. O hoje ministro da propaganda e da informação Franklin Martins processou Diogo Mainardi e ganhou, em primeira instância, uma indenização de 30.000 reais. Kennedy Alencar divulgou esse resultado da contenda judicial na Folha de S. Paulo do dia 16. Mas a sentença do juiz foi dada no dia 17, mesmo dia em que Diogo e Veja apresentaram sua defesa. Ou seja, não só Kennedy sabia do resultado da sentença um dia antes, como o juiz ja havia definido sua opinião antes de receber a defesa dos acusados.

E aí a coisa fica feia. Mais do que a condenação de Mainardi, a notícia de Kennedy mostra que a decisão estava pronta antes da defesa se manifestar. Talvez Kennedy não soubesse desse detalhe, e foi usado. Se sabia, participou de uma operação imoral. Sua explicação é de que a sentença estava na internet. Não cola. De cara, põe-se sob suspeita a decisão do juiz e o interesse de divulgá-la, via Kennedy Alencar.

Franklin Martins gosta de dizer que "jornalista não é notícia". Está errado. Diogo Mainardi o transformou em notícia. Seu processo contra Mainardi virou notícia. Kennedy Alencar virou notícia. Tanto que o mérito da questão já está sendo discutido também nos blogs dos jornalistas Ricardo Noblat e Reinaldo Azevedo. Já me disse um chefe de jornal: "jornalismo é que nem salsicha: se todo mundo soubesse como é produzido, ninguém consumiria".

18.4.07

MARY JANE GOSTA DA MARIJUANA



A atriz Kirsten Dunst, a Mary Jane de Homem-Aranha 3, explanou:

"Gosto de maconha. Minha melhor amiga, Sasha, é filha de Carl Sagan, o astrônomo. Ele era o maior maconheiro do mundo e era um gênio. Eu não fumo tanto assim, mas acho ridícula a visão que os Estados Unidos têm da maconha. Se todo mundo fumasse, o mundo seria um lugar melhor."

15.4.07

JUROS ALTOS: O MERCADO GOSTA É DE DINHEIRO

Copiado da coluna de Elio Gaspari:

Ao tempo em que os tucanos cantavam, espalhou-se a crença segundo a qual uma interferência do governo na ortodoxia do Banco Central dispararia uma sucessão de renúncias na sua diretoria, espalhando descrédito no mercado. Algo como os Mosqueteiros: "um por todos e todos por um". Foram-se embora do BC dois legionários dos juros altos (Afonso Bevilaqua e Rodrigo Azevedo, ex-diretor do Credit Suisse First Boston) e não aconteceu nada.

Se o comportamento do mercado reflete juízos políticos, a saída de Bevilaqua e Azevedo foi bem recebida. Quando Bevilaqua deixou o banco, o risco Brasil estava em 196. No dia seguinte, caiu para 191. Na semana passada, depois da saída de Azevedo, foi a 156. Essa fidelidade é uma fantasia do terrorismo financeiro. O mercado gosta de dinheiro, não de diretores do BC.

O PT ACHA QUE FALAR RESOLVE TUDO



Tem muita gente (mas muita gente mesmo) no PT que acha que governar é fazer oposição: basta falar, que tudo se resolve. O ministro da Justiça, Tarso Genro, está nesse clube. Para resguardar Lula, já desafiou a lógica, a semântica e a sintaxe (pergunte a ele sobre o mensalão). Neste domingo, escreve um artigo na Folha, intitulado "Violência e Estado". Seguem trechos:

"Precisamos, para resgatar a confiança do povo no seu poder constituinte, de programas municipais, estaduais e federais, que integrem as políticas de segurança pública com as políticas sociais, e para isso é preciso, em primeiro lugar, ter 'foco' determinado (o que não significa artesanato ou micro-experiências localizadas), 'centro' em grandes áreas metropolitanas, sobre faixas etárias específicas (juventude) mais sensíveis e 'prioridade social' para setores mais atingidos pela criminalidade, face a carências culturais e econômicas."

"Essas políticas devem ser cientificamente programadas pelos entes da federação, e à medida em que abrirem perspectivas de vida para milhões de jovens, darão um novo sentido democrático ao crescimento econômico e ajudarão a relegitimar a própria repressão ao crime. As medidas de natureza puramente policial são insubstituíveis, mas elas só incidem sobre o presente imediato."

Tarso Genro diz que "precisamos" de programas que intergrem políticas, e que essas políticas "devem" ser cientificamente planejadas. Tá. Ele só esquece que quem "precisa" e "deve" é ele, ministro da Justiça e chefe da Polícia Federal. Gastou um espaço de 600 palavras no jornal de maior circulação no país. Poderia usar o tempo que levou para escrever esse artigo para escrever uma lei, uma minuta que fosse, que integrasse as polícias; ou mesmo um manifesto, dirigido aos sindicatos da categoria, que chamasse a atenção dos policiais quanto ao tal "foco" que ele quer.

Entre trabalhar e fazer proselitismo, Tarso Genro (e boa parte do PT) prefere a a segunda opção.

11.4.07

DUDE, WE ARE LOST!



LOST é a melhor série que já existiu na TV. Porque tem de tudo, em grande quantidade e na dose certa. Tem dramas pessoais. Tem grandes personagens. Tem referências pop. Tem mistério. Tem guerra. E tem a paisagem mais linda que já apareceu. E é interessante ver que trouxe duas inovações á TV americana que já estamos acostumados a ver nas novelas: episódios continuados, que não se encerram em si mesmos; e uma grande quantidade de protagonistas (são mais de dez, mais os coadjuvantes e vilões).

Não dá para resumir a história porque ninguém sabe o que está acontecendo. A primeira temporada mostrou o vôo 815 caindo numa ilha misteriosa no Oceano Pacífico, com 40 sobreviventes. O foco eram as personagens, seus dramas pessoais e como faziam para conviver uns com os outros perdidos numa ilha deserta. Nem tão deserta: a temporada termina com um outro grupo, Os Outros, raptando o menino Walt (por quê, ninguém sabe até agora).

A segunda temporada foi sobre a misteriosa escotilha que ex-paraplégico e aprendiz de guru espiritual John Locke encontrou. No meio da selva, uma escotilha cheia de aparatos teconólogicos, com um botão que, caso não fosse apertado a cada 108 minutos, seria o fim do mundo. A temporada termina com a explosão da escotilha (Locke se mostraria uma exímio detonador) e com Jack, Sawyer e a gatinha Kate capturados pelos Outros.

A terceira temporada é sobre Os Outros. Quem são as pessoas que já viviam na ilha, raptam crianças, matam adultos, fazem experiências e vivem em casas com água encanada e eletricidade? A guerra está aberta (destaque para o soldado iraquiano Sayid Jarrah), e ninguém sabe o que pode acontecer. A certeza é que haverá uma bomba no final da temporada.

E o Rodrigo Santoro, hein? É como a Gisele Bündchen, as sandálias havaianas ou o Ronaldinho Gaúcho. É a cara do Brasil lá fora. Entrou para fazer uma ponta de luxo na série, e terminou com um episódio seu, ao melhor estilo Sexta-Feira 13. Santoro e sua namorada forma enterrados vivos. Nada a ver com os mistérios da série, mas foi muito bom. Dá-lhe, brazuca!

Mas talvez a temática mais presente na série seja a segunda chance que todos temos na vida. Quando o avião caiu, todos nasceram de novo. Podem recomeçar. Com a alma lavada. Abaixo, um dos melhores momentos da série. Não porque seja relevante, não é, mas mostra como é possível se divertir sempre. O gorducho Hurley encontra uma kombi na selva, e pede ajuda a seus parceiros Charlie, Jin e Sawyer para fazê-la pegar no tranco. A música é "Road to Shamballa", da banda Three Dog Night.

10.4.07

BOMBA NELES!

Aumenta a torcida para que os USA bombardeiem o Irã. Depois que acabou a crise dos 15 militares britânicos presos em águas iraninanas (todos foram libertados sem um único arranhão), a pressão volta sobre o programa de enriquecimento de urânio. O Irã acaba de inaugurar uma série de centrífugas. URÃNIO EM ESCALA INDUSTRIAL, gritam as manchetes. O que isso quer dizer? Que, um dia, quem sabe, o Irã pode vir a desenvolver armas nucleares. Ou também usinas para geração de energia, segundo reitera o presidente Mahmoud Ahmadinejad.

É importante lembrar que só urânio não faz bomba. É preciso também construir ogivas e míssesi de longo alcance (que o Irã não tem). Mas a torcida cresce a cada dia. O último a entrar no coro foi o jornalista Reinaldo Azevedo:

"Por mais temerário e doloroso que seja, parece óbvio que o país não entende a linguagem da diplomacia. Um eventual ataque ao Irã é mais perigoso do que um Irã nuclear? Acho que não. Infelizmente".

O melhor antídoto contra o vôo desses abutres, sem dúvida, é ouvir Bob Marley. Abaixo, a palavra do velho maconheiro rastaman na voz de Erika Badu. Essa bomba sonora chama-se NO MORE TROUBLE.

1.4.07

OUÇA NO VOLUME MÁXIMO

Os The Black Crowes mandando brasa no clássico "Oh Well", da banda Fleetwood Mac. (Nunca ouviram falar? Nem eu...)

Eu sei, é só Rock n' Roll, mas eu gostcho muitcho!!!

O EIXO DO MAL ATACA: E AGORA, BUSH?


Na semana passada, 15 marinheiros ingleses foram capturados pelo governo do Irã enquanto navegavam em um bote por suas águas. Estão presos, suspeitos de espionagem. Tony Blair, parceiro de Bush na invasão do Iraque, jura por Deus que seus marinheiros estavam no mar desse país, não do Irã (os dois países dividem fronteiras).

O fato é que todo o mundo está de cabelo em pé. Afinal, o Irã é um dos países que Bush chamou de "eixo do mal", logo após os ataques do 11 de setembro. Outro era o Iraque, que já levou bomba. Há menos de um mês, multiplicavam-se na imprensa notícias sobre uma possível ação militar americana contra o Irã, uma vez que o presidente Mahmoud Ahmadinejad iniciou no país atividades de enriquecimento de urânio, o que poderia (poderia, do verbo pode não ser) ser usado para o Irã desenvolver uma bomba atômica.

Bush classificou a prisão dos marinheiros ingleses de "inaceitável" e "imperdoável". Blair disse que a Grã-Bretanha pensa em entrar numa "fase diferente" da diplomacia. De seu lado, Mahmoud Ahmadinejad quer ouvir desculpas de Blair, uma vez que os ingleses é que estão errados. Vale lembrar que em 2004 outros oito marinheiros britânicos foram presos pelo mesmo motivo, e foram libertados após pedirem desculpas na TV.

O Irã mostrou imagens de alguns dos militares presos, todos em bom estado (foto acima). Bem diferente dos presos de Guantánamo, que ninguém sabe quem são, nem em que condições estão. O jornalista Elio Gaspari lembrou do tratamento que foi dado ao brasileiro Jean Charles de Menezes em Londres, há dois anos. Jean foi executado no meio da rua com cinco tiros. "Felizmente, os iranianos não passaram a turma da Real Marinha nas armas".

Em tempo: Bush e Blair, os irmãos cara-de-pau, agora deram para dizer que estão no Iraque com autorização da ONU. Mentira da grossa. Em novembro de 2006, a ONU permitiu que as forças de coalização continuassem lá, pois o pedido veio do presidente iraquiano, Hamid Karzai (que eles mesmo botaram no poder depois de Saddam). O que eles esqueceram de dizer é que, na época da invasão, em 2003, a ONU se negou a avalizar a invasão. Que, nunca é demais lembrar, matou mais de 100.000 iraquianos em quatro anos.