jornalismo, cultura e a opinião que ninguém pediu

17.6.09

QUALQUER UM PODE SER JORNALISTA. MAS TEM QUE LER

O STF derrubou a exigência do diploma para a prática do jornalismo.

Diploma já era. Agora a briga é dos sindicatos! Regular o exercício da profissão, manter os pisos salariais, fiscalizar sempre. Primeira sugestão: prova de português e interpretação de texto para os focas. Os sem-diploma vão ter que estudar também, ler bastante, apresentar um nível intelectual adequado. Uma faculdade sempre vai fazer diferença para quem quer viver da profissão. Mas a não-obrigatoriedade do diploma vai abrir espaço pra muita gente que leu os livros certos.

No Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim, "Saiu a lei Áurea do jornalismo".

- Mauro Santayana, outro excelente jornalista, costuma dizer que a exigência do diploma elitizou as redações. As redações não refletiam mais a composição da sociedade brasileira: as redações se tornaram quase brancas, quase ricas e quase ignorantes… Jornalista deveria ter um curso universitário: estudar matemática, história, filosofia, biologia – e fazer um curso profissionalizante de jornalista de, no máximo, três meses. O diploma fez os jornalistas parecidos com os donos dos jornais. E ajudou a construir o PiG (Partido da Imprensa Golpista).

Na UnB, Gonzaga Motta prevê o esgarçamento da profissão:

- Aparentemente, só empresas provincianas, familiares ou pouco profissionais têm interesse no fim do diploma. Isso daria a elas liberdade para empregar parentes, afilhados e compadres, sem formação. Talvez o fim do diploma possa ser também útil a algumas empresas de fachada moderna, mas interessadas no enfraquecimento da profissão para reduzir salários e manipular as relações empregatícias.

Nenhum comentário: