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9.6.06

TSE VOLTA ATRÁS NA SUA MOLECAGEM

Parecia palhaçada; e era. A nova interpretação da regra da verticalização foi derrubada ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral. Dois dias depois do excelentíssimo ministro Marco Aurélio de Mello anunciar que não ia mais permitir concubinato, só casamento, nas eleições deste ano, sua excelência voltou atrás. Recebeu uma visita dos não menos excelentíssimos senadores José Sarney, ACM e Renan Calheiros, confabulou com seus colegas e saiu com a desculpa que a verticalização devia voltar a ser como era antes por questões de “segurança jurídica”.

Ou seja, reconheceu que fez uma lambança geral com a nova interpretação da lei, que isso ia causar uma zorra sem fim a quatro meses da eleição e no mês da Copa do Mundo, e aliviou a barra dos políticos que iam ter que refazer todo o seu xadrez eleitoral. Na terça, Marco Aurélio acreditava que estava moralizando a eleição (diz-se por aí que na verdade fez isso a pedido de Nelson Jobim, que queria ser vice de Lula pelo PMDB), mas na verdade fez uma molecagem que ia custar caro aos donos do poder. E, no Brasil, o poder vale muito mais do que a lei ou a moralização dela.

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