jornalismo, cultura e a opinião que ninguém pediu

5.2.09

"PRISON BREAK" VALE A PENA, MAS "JERICHO" É MELHOR AINDA


A exibição de "Prison Break" pela Rede Globo no mesmo horário de "Lost" parece ter chamado a atenção do grande público para a série. Desde que estreou na TV brasileira, já vi muitas pessoas que só assistiam a "Lost" começarem a acompanhar as aventuras de Michael Scoefield e Lincoln Burrows. Ontem mesmo havia uma dupla de PMs na Feira do Paraguai debatendo se compravam apenas a primeira temporada da série ou levavam logo as duas. 

"Prison Break" realmente parte de uma premissa interessante: Lincoln Burrows foi preso e condenado à cadeira elétrica por um crime que não cometeu: o assassinato do irmão da vice-presidente dos USA. É aí que seu irmão caçula e gênio da engenharia, Michael Scofield, decide cometer um crime e ir preso para a mesma penitenciária onde está o irmão. Scofield tem a fuga planejada por meio de uma tatuagem que cobre todo o seu corpo, com a planta da prisão. 

A primeira temporada é muito boa, com os planos de Scofield sendo estragados a todo momento pelos outros presos, que de gente boa não tem nada e buscam descobrir o que está sendo tramado pelos irmãos. Todos querem fugir juntos, mas não há lugar para todo mundo. Destaque para o personagem T-Bag, um homossexual tarado, homicida, nojento e pegajoso, mas que parece sempre estar um passo à frente dos outros detentos. 

Se a primeira temporada fisga o telespectador por mostrar o mundo sujo da prisão, na segunda a coisa fica ainda melhor, com a fuga alucinada dos detentos pelas estradas dos Estados Unidos, com um implacável agente do FBI em sua cola. Apesar de o roteiro se enrolar em vários momentos e criar situações inverossímeis só para alongar a trama, as duas primeiras temporadas valem a pena. Mas fuja do resto da série. No terceiro ano, os detentos são encarcerados numa penitenciária no Panamá, desginados para uma missão ridícula; e na quarta a coisa se perde de vez, com os irmãos Burrows trabalhando para a polícia! 

"Prison Break" é uma boa opção, mas, se me perguntarem, a série que melhor emula o clima de tensão e mistério de "Lost" é "Jericho", que mostra o que acontece numa pequena cidade de 5 mil habitantes depois que 23 bombas nucleares destroem as principais cidades americanas, desfacelando o país e deixando um rastro de chuva radioativa, refugiados e lutas fraticidas por comida e gasolina. Jericho, a cidade que dá nome à série, recebe ainda a visita de um misterioso agente secreto que carrega consigo uma bomba nuclear não detonada. E o que é melhor para aqueles que não tem paciência de acompanhar novela: a série só tem duas temporadas, já encerradas. 

Mas o maior mistério é saber por que os tradutores brasileiros são tão preguiçosos. Será que é tão difícil assim chamar um seriado de "Fuga da Prisão"? 

Nenhum comentário: