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20.3.07

FACES DA MORTE: GEORGE BUSH E O IRAQUE

Hoje completa-se quatro anos desde a primeira bomba americana jogada em Bagdá. A primeira de duzentas (estamos falando só do primeiro dia). O vídeo acima mostra apenas os primeiros meses da guerra. Sao cenas do filme Fahrenheit 9/11, de Michael Moore, lançado em 2004. Se não viu, esqueça o Big Brother e veja imediatamente.

Outra cena do filme mostra George Bush Jr., ainda em 2003, fazendo festa no porta-aviões Abraham Lincoln. Vestido como piloto de caça, é reverenciado pelas tropas, receb abraços, é festejado. Sobre a cabine principal do navio, pendura-se uma faixa que diz: "Missão Cumprida". Em lágrimas, Bush Jr. discursa:

"Meus compatriotas americanos, a maioria das operações de combate no Iraque terminou. Na batalha do Iraque, os Estados Unidos e seus aliados prevaleceram."

Após o 11 de setembro, a América apoiou Bush. Britney Spears apoiou Bush. A Fox News apoiou Bush. 90% da população americana apoiou Bush. Bem que ele avisou: "ou estão conosco, ou estao contra nós". E nomeou o "eixo do mal": Iraque, Irã e Coréia do Norte.

Bush sabe bem quem é bom e quem é mau: no dia 12 de setembro de 2001, deu instruções claras a Richard Clarke, chefe da CIA. Segundo Clarke, "de um modo bastante intimidador", Bush, Dick Cheney, Donald Rumsfels e Paul Wolfowitz queriam provas do envolvimento de Saddam Hussein. Clarke sugeriu bombardear o Afeganistão, onde estava Osama Bin Laden e a Al-Qaeda. "Vamos mandar bomba no Iraque", respondeu Donald Rumsfeld, secretário de Defesa dos Estados Unidos da América.

Em março de 2003, começou a guerra. saddam Hussein foi derrubado, preso e enforcado. Nesses quatro anos, morreram 3.200 soldados americanos. Mais do que no ataque às torres gêmeas. De uma população de 2,6 milhões de pessoas, 1,5 milhão se refugiou em países vizinhos. O número de civis iraquianos mortos varia muito. Pesquisas usadas por conservadores americanos falam em 65.000 mortes desde o início da guerra. Revistas médicas falam em 600.000.

Talvez seja melhor acreditar nos números mais altos. Se não, é melhor que nos mudemos para Bagdá. Em quatro anos, morreram no Brasil mais de 120.000 pessoas por arma de fogo.

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