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13.3.07

O FIM DO YOUTUBE?


O YouTube está enfrentando o maior processo de sua história. A Viacom (conglomerado de mídia que possui, entre outros, a MTV, a DreamWorks, a Paramount Pictures e a Nickelodeon) está processando o site em creca de 1 bilhão de dólares. Para se ter uma idéia do que isso representa, o YouTube foi comprado pelo Google no fim do ano passado por 1,76 bilhão de dólares. Ou seja, é um processo que, em última instância, pode fechar o YouTube.

O argumento da Viacom é o de sempre: violação de direitos autorais. O conglomerado de mídia contabilizou mais de 160.000 vídeos no YouTube que contém imagens de seus canais. A política do YouTube é de retirar do ar qualquer vídeo depois de ser notificado pelo reclamante. Afinal, o site não pode identificar automaticamente o que vai ao ar, uma vez que o conteúdo é provido pelos usuários, não pelo site. O YouTube apenas fornece espaço de internet para os vídeos.

Mas, pelo visto, a intenção da Viacom é mesmo fechar o site. Ela alega que o modelo de negócios do YouTube é "claramente ilegal e em óbvio conflito com as leis de copyright", uma vez que fatura publicidade em cima de "conteúdo não-autorizado". Se a Viacom ganhar, é mesmo o fim do YouTube. Depois, nada impede que outros abram processos idênticos. Aí pode ser a MGM, a Disney, a Rede Globo ou mesmo o Fernando vanucci, que protagonizou aquele vídeo em que aparece completamente vovozinha. E não é só o YouTube que fecha, é todo um modelo de troca de vídeos via internet. Afinal, se o YouTube for derrubado, o DailyMotion continua no ar? E quem vai ter coragem de fazer outro site de trocas de vídeos, podendo tomar um processo de 1 bilhão de dólares?

Pode ser o fim. Ou o YouTube faz como o Napster: vende conteúdos que os próprios conglomerados colocam lá. Vira uma lojinha virtual.

Quando a piranha da Cicarelli e seu namorado "homem-alga" fecharam o acesso do YouTube no Brasil, uma penca de manifestates foram fazer barulho em frente à MTV e pregaram o boicote ao canal. Foi um alvoroço. Mas a Cicarelli é só uma monga contratada pelo canal. Agora, quem ameaça o YouTube são os donos da MTV. Vale um protesto bem maior e muito mais ruidoso. A não ser que os manifestantes achem que a Cicarelli dá mais ibope que a Viacom.

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