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22.3.07

FACES DA MORTE 2: SANGUE E PETRÓLEO NA MADRUGADA



As Armas de Destruição em Massa eram balela. Todo mundo sabia que o objetivo de Bush Jr. no Iraque era o petróleo. Quando anunciou a invasão, Bush Jr. chamou-a de Operation Iraqi Liberation (Operação de Libertação do Iraque), ou OIL - isso mesmo, OIL, petróleo em inglês. E mandou sua mensagem aos iraquianos que estavam prestes a levar bomba na cabeça: "não destruam os poços de petróleo". Nada de "protejam-se", "acalmem-se, vamos libertá-los", ou mesmo "desculpem o mau jeito". Apenas "não destruam os poços de petróleo".

O plano não era usar o petróleo iraquiano para abastecer os carros indústrias americanas, mas aumentar o preço do petróleo vendido pelas empresas americanas. Já ouviram falar em cartel? Quando Saddam era o rei do Iraque, o barril de petróleo custava 18 dólares. Hoje custa 57 dólares. Um aumento de 316%. Isso porque, desde a invasão, a produção petrolífera do Iraque caiu à metade. Quanto menor a oferta, maior a procura. E maior o preço, claro.

A renda das cinco maiores empresas petrolíferas americanas dobrou nos últimos quatro anos, chegando a 2,6 trilhões de dólares. Só a Exxon-Mobbil registrou um lucro de 10 bilhões de dólares nos últimos quatro meses.

Como se vê, Bush Jr. e sua gangue não derramaram apenas o sangue de 100.000 iraquianos e 3.200 soldados americanos. Derramaram também 2 milhões de barris de petróleo. Por dia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa matéria ficou muito boa. Gastamos fortunas com todo tipo de adereços, mas a grande revolução, só comparável a conquista do fogo, será o uso da energia solar. Se, é claro, nossa espécie não tiver se destruído em guerras ou sob a vigança da Gaia.