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30.5.06

GRUPOS DE EXTERMÍNIO MANDAM BALA EM SP

Saiu uma análise de 28 cadáveres mortos pela polícia paulista na semana retrasada, em represália aos ataques do PCC. No total, a polícia matou 110 pessoas. A Defensoria Pública de SP checou 28 laudos do IML, e conferiu que 22 deles foram mortos com tiros dados de cima para baixo – o que indica que a pessoa foi morta quando estava de joelhos ou deitado. Na média, cada um tomou três tiros.

A Ouvidoria da Polícia Civil de São Paulo investiga outras nove chacinas, com um saldo de 27 mortes. O ouvidor Antonio Funari Filho disse não haver dúvidas da atuação de grupos de extermínio. Dos 27 mortos, 12 não tinham passagem pela polícia e 11 levaram tiros na cabeça e nas costas. Os assassinos usavam máscaras e capuzes.

Nos ataques do PCC, 46 policiais foram assassinados, alguns com até 19 tiros. Pode-se considerar que a reação foi à altura, e que a polícia tinha que matar mesmo. Em editorial, o jornal Estado de S. Paulo defendeu a Lei de Talião, aquela do “olho por olho, dente por dente”. Isso é uma opinião. Há outras, e o debate é sempre válido.


O que não pode é jogar os fatos embaixo do tapete, fingir que execuções policiais não são nada demais. O trabalho feito pelas comissões de direitos humanos, Ministério Público e Defensoria Pública merece todo o respeito e todo apoio. É esse trabalho que vai ajudar a entender o que a Secretaria de Segurança Pública quis dizer com “mortes preventivas”.

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