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9.5.06

SILVINHO DO PT E OS BOÇAIS DO PSDB

A entrevista de Silvio Pereira à repórter Soraya Aggege repercutiu com muito barulho no Congresso e nos jornais, mas trouxe apenas duas informações importantes: existem mais 100 Marcos Valérios operando hoje e tem gente que quer vê-lo sete palmos abaixo da terra. Nenhuma das duas rendeu manchetes.

A idéia geral vendida ao público é que a entrevista reacendeu a crise do mensalão, por isso se fala tanto na convocação de Silvinho à CPI dos Bingos, das "novas revelações", das "fontes do Planalto" que o classificam como louco, etc. Isso é besteira grossa. Silvinho não falou nada de novo sobre o mensalão. Foi um cadáver que saiu da cova. Um petista que mostrou seu desespero com o mundo de falcatruas com o qual se comprometeu. Na entrevista, Silvinho Land Rover contou que Marcos Valério não contou tudo que sabia. Se contasse, "derrubaria a República", porque sabia podres de todos os partidos e todos os poderes. Se não contasse, seria morto, viraria queima de arquivo como aconteceu com PC Farias. Ficou no meio do caminho.

Mas o que importa para a oposição de ocasião é queimar Lula, e trazer de volta à baila Dirceu e Palocci. Por isso querem Silvinho acusando Lula na CPI. Não o querem entregando nem Marcos Valérios nem os outros 100 iguais a eles. Não querem saber quem poderia matá-lo. Não querem saber que outros podres ele poderia revelar. Não querem dele a verdade, porque poderia chamuscar mais gente que Lula, o alvo principal. Silvinho é mais um instrumento eleitoral. Assim como o Bolsa-Família impulsiona Lula nas pesquisas, espera-se que o mensalão e a corrupção sirvam à eleição de Alckmin.

No comitê de campanha do PSDB, acredita-se que os eleitores têm a obrigação de votar em Alckmin porque "reeleger Lula é coisa de pobre" (informação chupada da coluna de Elio Gaspari).

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