jornalismo, cultura e a opinião que ninguém pediu

23.4.07

O QUE É "AFETAÇÃO"?

Segundo o Aurélio, pode ser falta de naturalidade, fingimento, falsidade, vaidade, presunção. Abaixo, um exemplo. É a resposta do jornalista Kennedy Alencar à matéria que saiu na Veja esculhambando-o por conta da confusão envolvendo Franklin Martins e Diogo Mainardi.

"Avisado por amigos, soube que a revista "Veja" dedicou uma parte generosa de sua maledicência semanal ao meu trabalho. Foram, pelo que ouvi, um editorial disfarçado de reportagem e uma coluna opinativa.

Em ambos os casos, a revista se esforça para transformar um furo jornalístico que ela mesma confirma com dias de atraso num problema para seu autor. Não sou eu que devo explicações à Justiça. Por fim, agradeço às fontes que me deram uma notícia correta e de tamanha repercussão."

Kennedy não leu a Veja, mesmo avisado por amigos. Papai Noel existe. O Brasil vai crescer 5% este ano. O Madureira vai disputar o título mundial em Tóquio. Macaco não gosta de banana. Tenha a santa paciência...

Quer ver outro exemplo? Abaixo, o repórter Britto Jr, hoje na TV Record, perde a linha e manda a entrevistada para a puta que o pariu:

5 comentários:

Unknown disse...

Sei não...mas no caso do vídeo do Britto. Acho que a moça estava incomodando mesmo. Eu entendo o lado dele de perder a paciência. Embora não concorde, entendo.

O reporter é humano também. Foi ali gravar uma reportagem. Foi no horário que lhe éra possível. Eles sabiam que tipo de reportagem seria. Entendo o lado dele.

No caso do Maniardi é perfeitamente possível que o jornalista tenha tido acesso ao conteúdo da sentença por meio de servidores do tribunal.

Só isso. Não acho que haja uma teoria da conspiração. Um complô!

Leonardo Echeverria disse...

Maurício,
realmente, jornalista perder a paciência não é algo difícil de acontecer. Nem estudante de jornalismo encher o saco. Mas sempre achei o Britto meio afetado. Quanto ao Kennedy Alencar, essa história cheira mal, sim. Se a sentença está com data do dia 17, como ele pode ter publicado no dia 16? Afinal, que dia o juiz decidiu? Não é complô, mas tem muita gente que gosta de fazer sacanagem, principalmente com jornalista.

Unknown disse...

Leo

O que eu quis dizer é o seguinte: o Juiz analisa o processo, forma sua convicção e resolve redigir a sentença com sua decisão.

A publicação da decisão não é imediata. Muitas vezes ocorre depois. Por "n" motivos. Nesse período entre a redação e a publicação é que o Kennedy Alencar pode ter tido conhecimento de seu conteúdo.

Outras vezes o Juiz delega, em razão do excessivo número de processos, a acessores a feitura da sentença. Depois de pronta ele a lê e determina as correções necessárias. Seja na redação, nos argumentos, na técnica, etc.
Se estiver correta a assina.

Talvez....digo talvez, porque aqui faço um exercício de "achismo".

Antes dele lêr o seu conteúdo tenha sido passado ao jornalista.

Por conhecer esses procedimentos é que dei minha opinião. Por isso não creio que tenha havido nada demais.

Porém, como não conheço o processo. Não acompanhei a situação de perto. Reconheço a possibilidade de estar errado.

Quanto aos outros fatos alegados por Maniardi. A respeito de não ter tido tempo de apresentar defesa. Nada posso nem ar opinião sem ver o processo.

Leonardo Echeverria disse...

Maurício, posso estar falando besteira, mas para jornalista dar notícia de sentença, era bom o juiz assinar. Quando ele assina, primeiro vai aos autos, depois publica, não o contrário, certo? Mesmo que o estagiário decida, ela só vale depois de o juiz assinar. O que aconteceu foi o inverso: o estagiário decidiu, o jornalista publicou, e o juiz assinou. Isso está errado. Ou não?

Unknown disse...

Concordo com o que disse.
Não é certo isso acontecer.