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24.4.07

E OS ALOPRADOS DO PT? NADA!



O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu que não houve crime eleitoral na tentativa de compra do dossiê dos Vedoin. Lembra do caso? Em 16 de setembro de 2006, os aloprados Gedimar Passos e Valdebran Padilha, (ambos petistas de carteirinha), foram pilhados pela Polícia Federal com mais de 1,7 milhão de reais em dinheiro vivo. A suspeita é que eles estariam comprando um dossiê dos irmãos Vedoin sobre a participação de José Serra na compra de ambulâncias superfaturadas pelo Ministério da Saúde. Foi isso.

Uma vez presos (a foto acima mostra a prisão de Gedimar), constatou-se que carregar dinheiro não era crime. Também não era crime reunir vídeos contra o candidato José Serra. Aí o PSDB e o PFL recorreram ao TSE, dizendo que a campanha de Lula abusou do seu poder econômico e político.

Acontece que o TSE decidiu que os aloprados do PT não faziam parte da campanha de Lula, por isso uma coisa não tinha a ver com a outra. Então, ficou assim: os aloprados não tinham nada a ver com Lula, nem cometeram crime por carregar dinheiro vivo, nem por comprar o dossiê - logo, não há porquê acusá-los, logo, deixem-os em paz. O que pode parecer imoral não quer dizer que seja ilegal. Por isso os aloprados estão soltos - reunir dinheiro para comprar um vídeo não é crime.

Mas as manchetes gritam outra coisa: LULA É INOCENTADO POR DOSSIEGATE. Cuidado: Lula não foi inocentado porque não foi acusado. Houve uma representação, uma denúncia, feita pela chapa PSDB-PFL. Que foi recusada, por falta de provas. Ou seja, a oposição pediu e não levou. Cuidado com as manchetes. No final das contas, juridicamente, nada aconteceu. Nada.

Um comentário:

Unknown disse...

Criou-se na época de eleição uma expectativa muito grande com relação a esse caso.

A imprensa bateu muito nessa história, parecia querer prejudicar a campanha de Lula. Porém o caso não teve repercussão na sociedade. Tanto é que a vitória de Lula foi garantida de forma esmagadora.

O Presidente do TSE (Min. Marco Aurélio) à época concedeu entrevistas e colaborou com esse clima ao afirmar que havia possibilidade do tribunal caçar o mandato do Lula.

Acho, inclusive, que o Ministro não deveria ter feito isso.

Esse caso do dossiê foi mais político que jurídico.